sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O sol invadia meu quarto tocando o meu rosto, me obrigando a acordar. Olhei no celular, nenhuma ligação perdida, apenas uma mensagem nova, nem me dei ao trabalho de ler, deveria ser da operadora. Me levantei, coloquei minha pantufa de scooby-doo e uma calça de pijama, passei pelo banheiro mas nem me olhei no espelho, deveria estar horrível. Peguei a chave de casa abri a porta e fui em direção a caixa de correio do condominio. Essa era minha rotina todos os dias desde que meu pai teve que passar dois meses fora do Brasil e eu fiquei aqui, cuidando de tudo.
Quando cheguei a caixa de correio e abri a caixinha que tinha o número 5 percebi que uma familia estava chegando, era carnaval e o condominio lotava nessa época. Vi uma mulher bem vestida e bem perua, junto havia três garotos, que eu deduzi serem filhos da mulher. O maior aparentava 25 anos, o outro tinha minha idade e um pequeno de no máximo 7 anos. Enquanto eles entravam e conversavam com o dono do condominio eu voltei a prestar atenção nas cartas, até que escuto o portão abrir novamente. Meu coração parou e o sangue fugiu do meu rosto. Não podia ser. Pelo portão passou um garoto de uns vinte e poucos anos com o cabelo desgrenhado olhando para o celular com cara de besta. Era ele. Não tive muito tempo pra pensar, apenas sai correndo dali, eu estava de pijama com o cabelo despenteado e de pantufas, ele não podia me ver assim. Sai correndo, atrás de mim eu escutei um 'ei você' mas não liguei, sabia que era pra mim, reconheceria aquela voz em qualquer lugar da galáxia. Cheguei em casa e tranquei a porta e desabei no sofá. Nesse momento  me lembrei da mensagem recebida hoje de manhã, fui num jato pegar meu celular.
'Estou na sua cidade. :B' Era isso que dizia na mensagem. Dei um sorriso idiota, não sabia o que fazer. Pensei em ir lá ver ele mas ele estava com a família, eu que não iria lá.
Decidi que iria para a piscina, lá eles não iriam. O condominio ficava na frente da praia, e todos os turistas iam para a praia e não para a piscina. Coloquei meu biquini joguei uma água na cara, passei protetor solar e fui em direção a piscina.
Chegando lá agradeci mentalmente por estar vazia, dei um mergulho so para refrescar o corpo e me sentei na borda e fiquei brincando com os pés na água.
'Ai mãe vamos para a praia vamos, por favor' Eu podia ouvir o apelo da criança para a mãe, também ouvi um murmuro entre dois garotos, ficando cada vez mais alto. Não. Me diz que não são eles.
De repente alguem se joga na piscina me molhando inteira. Filho da puta. Enquanto os outros dois irmãos pulavam na piscina, o que olhava com cara de besta pro celular, sentou ao meu lado.
'Acho que isso é seu, Déh.' - Ele disse me alcançando uma pulseira que tinha uma palheta pendurada. A palheta que ele mesmo havia me dado.

2 comentários: