quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Continuação do post abaixo da música.

Olhei no relógio e eram 8:50, eu estava dentro do avião, esperando os outros passageiros embarcarem. Era uma quarta-feira cinzenta, mas para onde eu olhava parecia que tinha o maior sol do mundo, o sorriso estava estampado no meu rosto. Afinal eu estava indo para o lugar onde eu deveria nunca sair, afinal lá era o lugar que eu deveria ficar, lá tinha as pessoas com quem eu queria viver.
O avião decolou e aquela uma hora e trinta minutos nunca foram tão longos, parecia que até a pé eu chegaria mais rápido, mas ok, liguei meu mp4 no ultimo volume e tentei relaxar. Sem sucesso, obviamente.
O avião pousou, e meu coração começou a bater loucamente, meu Deus, meu Deus eu estava em São Paulo. Eu estava respirando o ar poluído de São Paulo. Peguei minha mochila pendurei-a no ombro e fui em busca do táxi que ele tinha comentado. Enquanto procurava o táxi, eu fiquei observando aquele aeroporto, aquelas pessoas, tudo parecia tão mágico. Fui interrompida por alguém me cutucando:
- Você é a senhorita Déborah? - o moço perguntou, meio sem jeito.
- Sim eu mesma.
- Ah eu sou o taxista que levarei você até a Starbucks. - ele disse, parecia aliviado de ter me encontrado.
Entrei no carro e eu iria ficar quieta mas a curiosidade foi maior.
- Que mal lhe pergunte, como você sabia que era eu?
- Ah, ele disse para procurar a emo de cabelo comprido. - ele disse, naturalmente.
Ok, me segurei para não arrancar a cabeça do motorista na hora, mas sabia que ele não tinha culpa.
- Ah. - respondi, tentando parecer controlada.
Levamos quase duas horas pra chegar na Starbucks, eu estava tão encantada que até o transito de São Paulo parecia lindo.
Quando chegamos ele estava parado, com uma skinny e um wayfarer branco, falando no celular virado de costas para a calçada. Praticamente pulei do carro e fui saltitante na direção dele o abracei por trás o mais forte que pude. Ele colocou sua mão sobre a minha e eu pude ver sua pulsação bastante alterada, wow, então eu não era a única nervosa ali. Ele se virou e segurou meu rosto com um das mãos e sorriu. Sim, ele sorriu. Pelo jeito queria ficar viúvo.
- Você. Eu. Aqui. Juntos. - ele disse, quase gaguejando.
- É o que parece. - falei com felicidade transbordando pelos poros.
Ele olhou no relógio, e falou:
- Uau, já é quase uma da tarde, você ta com fome pequena? - ele disse, todo preocupado.
- Bastante, vamos almoçar aonde? - perguntei, e só reparando agora que não comia desde as sete da manhã.
- Vou te levar no restaurante mais bonito da cidade.
- Ah, amor, não tem como a gente comer no McDonald's não? - fiz cara de pidona.
- Porque você faz essas caras? Porra, assim você me desarma. - ele falou, todo revoltado.
- Hahaha, bom saber. - eu disse com cara de criança sapeca.
Chegamos ao McDonald's e estava lotado, é claro. Peguei uma mesa e ele foi comprar nossa comida. Quando ele chegou eu em atirei em cima da comida, eu estava com muita fome.
- Calma Déh, a comida não vai sair correndo. - ele disse, rindo da minha atitude.
- Vai saber. - disse colocando mais uma batata frita na boca.
Comemos e depois fomos tomar um sorvete, quando demos por conta já eram 16h.
- Opa, acho que nos atrasamos um pouco. - ele disse, meio nervoso.
- No atrasamos para que? - até onde eu sabia, não tinhamos nenhum compromisso marcado.
- Para a janta la em casa, minha família faz questão de conhecer você. - ele disse, como se fosse óbvio.
- O que? - disse, minha vista escureceu, o sangue fugiu do meu rosto e tudo girava ao meu redor.

...

@doisdejunho

Um comentário:

  1. O que eu mais gosto aqui é nunca saber se o que eu to lendo é verdade ou se é uma realidade paralela...
    Déh, @doisdejunho, @dehg, dlp, seja lá quem está aí do outro lado, adoro te ler aqui, ou lá no twitter quando você chega da aula e começa a falar sem parar do seu dia (e eu lá te conheço pra entender qualquer coisa??).
    Toda a felicidade do mundo pra você.

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